Foram umas férias muito boas com a namorada. Fomos à praia, à piscina... Fomos a sítios lindos, apanhámos conchas e pedras, tirámos fotos, criámos memórias, deixámos os problemas para trás, fizemos planos para as próximas férias(!).
Os momentos que passamos juntas enchem-me o coração, a alma, dão-me certezas, põem-me sorrisos nos lábios e calor no peito.
Ela faz-me bem, faz-me feliz e só quero passar todos os momentos da minha vida ao seu lado.
São 10 anos. 10 anos de muito amor, de uma relação fantástica com a pessoa mais fantástica do mundo. Não a trocava por nada, não quero que mude nunca. É um marco importante nesta nossa relação que parece ter começado há pouco e ao mesmo tempo que parece durar desde sempre. A cumplicidade é única e especial, completamo-nos perfeitamente e sei que será sempre assim.
Tivemos um fim de semana perfeito, longe de tudo para assinalar esta data e não poderia ter sido mais perfeito.
Tive direito a receber um anel, num sítio lindo, com o sol a pôr-se... Melhor? Impossível... Eu adoro esta miúda e ela é tudo para mim.
Se houver (para mim) noção de paraíso, é isto: 3 dias com a minha namorada longe de tudo num cenário idílico. Sorrisos e gargalhadas. Neve. Muita neve. Muitos momentos de silêncio apenas para (tentar) absorver tanta beleza e singularidade.
O natal já lá vai, e o dia depois, para mim, é sempre estranho.
Num dia temos a casa cheia de família, amigos e penetras lol, e no outro temos a casa em pantanas; papéis de embrulho amarrotados, loiça pousada em vários sítios, garrafas vazias das mais variadas bebidas alinhadas na mesa, restos de doces natalícios... No entanto a casa está...vazia. Já não há aquela azáfama que antecede o natal, o barulho de uma dúzia de pessoas à volta da mesa de jantar...
A calma sabe sempre bem depois de uns dias atarefados, mas o natal deixa sempre um sabor meio amargo. Demasiada antecipação para algo que acaba tão depressa e ficamos com uma casa inteira para arrumar. Lol
Os presentes foram bons, recebi tudo o que precisava (e queria! ), tive um bocadinho com a namorada no dia 25 (soube a pouco, mas é muito bom podermos fazê-lo), ri-me, bebi, tentei aproveitar e não pensar muito no que está mal e no que não posso mudar...correu bem.
A culpa foi das férias (e não só) de não cá ter vindo antes.
Depois de uns últimos tempos algo ocupados em que o tempo e a energia não abundavam para ir actualizando este meu querido blog, heis-que se seguem as férias, o retorno das férias, o descanso das férias (lol), a namorada que adoeceu entretanto e uma ida traumatizante ao dentista (parti um dente), mas já aqui estou mais aliviada de tempo.
Em primeiro lugar, tive umas férias óptimas com a namorada...Tivemos em Albufeira, onde aproveitamos muito sol, piscina, praia e ainda fizemos uma visita a Sevilha, que continuava tão linda (e quente!) como me recordava. :)
Visitámos o Real Alcázar de Sevilha, e a Catedral, que é simplesmente soberba...fiquei de queixo caído com a dimensão, a beleza...não há foto que consiga traduzir o que os olhos viram! Subir a Giralda foi uma experiência(!), mas a vista do topo justificou cada uma das 35 rampas que subimos para lá chegar...mesmo com aquele calor! :) Ainda ficou muito de Sevilha para ver, mas fica para a próxima. ;)
Foi óptimo estar com a namorada, soube muitíssimo bem, apesar de no último dia ela ter adoecido durante a viagem de regresso, o que encurtou um pouco as férias e nos deixou algo preocupadas... Chegou a casa com 38,7ºC de febre, o que me fez tremer um bocadinho (um bocadão, vá lol)... Não foi nada de grave, aparentemente uma reação alérgica a algum alimento que foi inicialmente mal diagnosticada, mas agora já está a ser controlada... Resta apenas saber a quê o meu amor é alérgico, mas vamos ficar a saber em breve, quando soubermos o resultado das análises.
Portanto agora precisamos de férias de novo, please.
Beber café feito como antigamente não é daquelas coisas que se façam habitualmente...
Estamos habituados às máquinas de fazer café: As de pastilhas, as de cápsulas, as de filtro... À moda antiga? Isso já não se usa...pois não? Usa-se. E ir ao Alentejo tem destas coisas...sentir o aroma do café feito na cafeteira a espalhar-se pela cozinha enquanto se come uns bolinhos e se olha através da janela para o limoeiro e larajeira carregadinhos no quintal... É uma sensação quente e familiar que preenche o coração.
Nunca tive uma relação muito próxima do meu pai. Desde que me lembro, sempre foi a minha mãe a quem fui mais apegada. Talvez por ser mulher, por ser mais carinhosa, mais sensível, mais preocupada.. Era sempre ela que disciplinava, a encarregada de educação…quem dava mais mimo e um ralhete quando necessário. O meu pai sempre se manteve um pouco à parte, só intervindo muito pontualmente. Talvez por isso nunca me senti muito próxima dele. É um homem que teve uma educação “à antiga”…é intransigente, não demostra muito o que sente, nem é dado a sentimentalismos… É politicamente incorrecto e incoveniente.. Eu sou o oposto e creio que isso diz tudo. Há um fosso gigantesco entre nós. Um fosso de décadas, gerações, personalidades.. No último ano a situação tem-se agravado, o que me fez desabafar com a minha mãe acerca das nossas crescentes diferenças num tom muito exaltado. Ela aborreceu-se comigo e disse-me que o meu pai me achava mimada e arrogante. Doeu. E doeu mais porque não o sou, mas a gigante barreira que criei para com ele transparecia isso mesmo. Há semanas que andava a matutar nisto e sentia-me mal. Há uns dias atrás o meu pai chamou-me e disse “toma”, estendendo-me um pequeno embrulho. Abri e era um relógio. Mas não um relógio qualquer…era o primeiro relógio que comprou com o seu próprio dinheiro. Um Seiko com 45 anos que certa vez (há uns anos) lhe disse que gostava muito, mas que nem funcionava. Ele pô-lo a arranjar, teve de ser mandado para a Suiça para um mostrador e “coração” novos… Abraçei-o enquanto lhe dizia “obrigada pai!” e pu-lo no pulso enquanto ele me contava a história do relógio, o ano em que o comprou e onde, e também que para aquela altura foi muito caro, mas foi um presente para si póprio, entre outros pormenores. Fiquei quase sem palavras. É apenas um objecto, mas naquele momento senti uma ligação muito especial. Com o relógio, com o meu pai. Por ser dele, por ter tanta história, porque cada vez que olho para o pulso lembro-me dele e da ligação pai-filha que eu achava perdida.
É incrível como algo assim, de repente, me fez esquecer todas as nossas diferenças... Sim, continuamos diferentes, vamos sempre ser, mas…e então? Ele não vai estar cá para sempre e eu não quero arrepender-me um dia de todos os muros que ergui à minha volta e do que perdi por causa disso… Acho que naquele dia dia aprendi que família é família e por muito que aconteça…o amor está lá sempre, mesmo que por vezes escondido.