Esta frase dá que pensar, não dá? Felizmente no nosso país não é ilegal amar alguém do mesmo sexo, mas já pensaram em quantos países o é?
Actualmente ainda é crime ser gay em 76 países, e confesso que não eram números com os quais estava familiarizada, nem creio que alguma vez pensei "a sério" no assunto.
É muito triste pensar que todos os dias existem pessoas a quem é negado o amor, a felicidade, por ser com pessoas do mesmo sexo. Mas isto acontece. Em pleno século XXI.
A Lush está a fazer a partir de hoje a campanha #GayIsOK.
Na compra do sabonete #GayIsOk, todos os lucros revertem a favor de associações LGBT de todo o mundo.
Visitem a página da Lush para saberem mais acerca desta campanha que eu acho muito louvável!
Acima de tudo vai fazer com que se fale acerca do assunto um pouco por todo o lado, criando uma onda de positivismo em redor do mesmo.
(Não, não me pagaram para fazer a publicidade, é mesmo porque gosto muito da loja e gostei mesmo da iniciativa! :) :) )
"Coragem" é a palavra. Primeiro porque só alguém de muita coragem opta por viver quem realmente é aos 65 anos, enfrentando toda uma sociedade dada ao escrutínio, uma família ultra-mediática, e os media propriamente ditos, tudo isto enquanto o mundo inteiro o observa pela tv(!), num dos "reality shows" mais badalados de todos os tempos, a mudança de Bruce Jenner. Muita coragem, mesmo. Mas será, com certeza, uma inspiração para todas as pessoas em situações semelhantes que só precisam de encorajamento para viverem (finalmente) "livres".
“Quando este dia acabar, as pessoas gay serão iguais neste país. E isso é maravilhoso”
-David Norris, Senador e um histórico da luta pelos direitos dos homossexuais na Irlanda.
É um sentimento bom quando vemos que o mundo não é o sítio tão sem esperança que por vezes pensamos ser. Mais um país em que os direitos de igualdade falam mais alto. Happy days.
"Famílias Arco-Íris: “Tu não roubarias uma TV, uma mala, um carro. E uma família?”
Qual a diferença entre o coração e cabeça de uma mãe/pai heterossexual, gay, lésbica ou trans? E na vida familiar? O que corre na veia destas pessoas? Fel, enxofre?
Homoparentalidade, Heteroparentalidade: Parentalidade. Ponto. Claro? Não para todas as cabeças. No que diz respeito aos projectos-lei chumbados esta quinta-feira na Assembleia da República, existem várias cabeças e sentenças. Chega a existir mais do que uma sentença numa só cabeça. Ou cabeça de partido. Ou governo. Há frases que marcam. “Deixem-nos trabalhar.” “Já estamos fartos de debater este assunto, não é uma prioridade, é fracturante”. Ou, das minhas preferidas e ancestral: “Olhe que não.” De facto, tudo é fracturante e enfastiante quando, desde o primeiro momento, deveria ter sido evidente e irrefutável.
Ora, vejamos: procriação medicamente assistida, adopção e apadrinhamento civil por casais do mesmo sexo (a reter: "Casais"), eliminação da impossibilidade legal de adopção por casais do mesmo sexo (a reter: "Casais), alargamento do âmbito dos beneficiários das técnicas de procriação medicamente assistida, eliminação das discriminações no acesso à adopção e apadrinhamento civil (a reter: "Adopção e Apadrinhamento") e demais relações jurídicas familiares com capacidade para adopção (a reter: "Familiares"). Leiam-se as letras obesamente claras: Parentalidade, Casais, Famílias.
Fácil de entender? Sim. Difícil não ser entendido e respeitado? Muito. Fala-se de crianças e brinca-se com as suas vidas, meros instrumentos de jogos de poder? Expliquem-me como se eu tivesse seis anos e não entendesse porque sou discriminada para mais tarde não ser discriminada. Das duas mães ou dois pais, só se pode ser filha ou filho de uma das partes? Existem meios-filhos, meias-crianças, meio-pai e meia-mãe? Em casa somos família, na escola e no médico é um caso particular? Um projecto-lei? Qual a diferença entre o coração e cabeça de uma mãe/pai heterossexual, gay, lésbica ou trans? E na vida familiar? O que corre na veia destas pessoas? Fel, enxofre? Sangue. Amais o próximo ou o mais aproximado?
Citando Isabel Fiadeiro Advirta, Presidente da ILGA, “As realidades vão sempre ser mais fortes do que o preconceito: as muitas crianças que já estão ser criadas por casais do mesmo sexo em Portugal são uma das melhores fontes desta certeza.” Diz Advirta, a vocação parental não desaparece por decreto. Concordo em absoluto com as suas palavras, actos e sentimentos: "(...) é mesmo o amor que faz uma família".
Fiquem com a vossa paz ou compartilhem a nossa paz. Não queiram dizer a uma família do que esta é ou não capaz. Fartos de debater? Também as famílias portuguesas sem excepção. “Deixo-vos em paz mas não vos dou a minha paz”. É essa a luta das famílias homoparentais. Deveria ter chegado o dia de deixar de discriminar e de descriminar quem tem, desrespeitosamente, discriminado. E fracturado."
Crónica do P3, por Nina Vigon Manso, retirado daqui.